Meditação e autocontrole no resgate na caverna tailandesa

Nesta semana, a Netflix estreou a minissérie “O Resgate na Caverna Tailandesa” , que está no TOP 10 Brasil desde a estreia. Baseada em fatos reais, a série relembra o resgate do time de futebol juvenil “Javalis Selvagens” e do seu assistente técnico que ficaram presos por 18 dias na caverna Tham Luang Nang Non, na Tailândia, em 2018.
A série acompanha começa com a saída dos jogadores de casa para o treino e termina com o resgate que mobilizou mais de 10 mil pessoas, inclusive uma força-tarefa de vários países do mundo. Entre os estrangeiros, estão os mergulhadores voluntários Rick Stanton e John Volanthen, especialistas em resgates difíceis em cavernas e líderes das equipes de busca.
Além da complexa operação de resgate, o que mais chama a atenção é o controle emocional do Eak Chanthawong, o único adulto que ficou preso na caverna junto com os meninos. Foi ele quem levou o time para o passeio, logo após o treino em uma manhã de sábado no campo de futebol incrustado na cordilheira Doi Nang Non, uma formação com inúmeras cachoeiras e cavernas que se estende pela fronteira entre Tailândia e Mianmar.

Ao longo da série, dá para ver como Eak se sente culpado por tudo o que aconteceu, mas para os meninos ele foi o verdadeiro responsável pela sobrevivência de todos dentro da caverna. Desde o primeiro dia, o assistente técnico, de apenas 25 anos, assumiu o papel de liderança na situação, transmitindo calma e confiança ao grupo. Além de prestar apoio emocional aos meninos, ele os ensinou a meditar e poupar o máximo de energia possível até serem encontrados. Eak também tomou decisões práticas e racionais, como a organização de turnos de trabalho para cavar a saída e a renúncia à água e à comida em prol dos garotos.
E como alguém tão jovem tem tanto autocontrole assim? A resposta é simples: Eak é ex-monge e viveu três anos num mosteiro. Saiu para cuidar da avó doente e se juntou ao Javalis Selvagens logo depois, construindo uma relação de respeito, confiança e amizade com os garotos. Segundo uma amiga disse em entrevista para o jornal The Washington Post, Eak amava mais os meninos do que a si mesmo. Ela também contou que ele tinha o costume de levar os garotos para a casa após o treino quando os pais não podiam buscar e mantinha um cronograma rígido de treinamento.
Durante os dias na caverna, Eak escreveu num pedaço de papel: “prometo cuidar bem das crianças. Quero agradecer a todo o apoio e me desculpar”. Promessa mais que cumprida, né?
Assista ao trailer da série
Se você se interessou pela história, assista à minissérie da Netflix. São seis episódios de aproximadamente 1h de duração. Veja o trailer:
SPOILER: A Netflix já anunciou que também produzirá um filme sobre o resgate na caverna tailandesa. Para falar a verdade, eu preferia outra temporada da série mostrando o pós-resgate, os dias no hospital, a volta à rotina e tudo mais. Quem sabe, né? Se você souber de alguma coisa, me conte nos comentários.