Muito ajuda quem pouco atrapalha

Entre tantos protocolos e recomendações, sinto falta de uma coisa nessa pandemia: um protocolo para manejo de opiniões não solicitadas. Um manualzinho que seja ensinando como agir caso o seu parente ou amigo chegue pra você e diga: estou com Covid.
O que fazer nessas horas? Lembrar do ditado: muito ajuda quem pouco atrapalha. Por mais que você esteja preocupado ou aflito, é melhor respirar fundo e ativar o modo racional, porque as coisas já devem estar pesadas o bastante para o outro.
“Nossa, mas eu só queria ajudar…”
Sim, eu sei que as intenções são boas. E sei que você fica com medo. Vai que os sintomas pioram? Eu também já me senti assim, afinal, Covid não é gripezinha e já são mais de 600 mil mortes no Brasil.
Mas você não vai conseguir ajudar entrando em desespero. Nem recomendando cloroquina. Muito menos mandando o outro bocejar bicarbonato com água quente. Ou perguntando “onde foi que você pegou?”.
Essa pergunta já não cabe faz tempo. O vírus tá circulando há quase dois anos, então tenta transmitir tranquilidade, força e esperança, porque o emocional da pessoa já está abalado o bastante. Vem o medo de sentir falta de ar, ir para o hospital, ficar em estado grave e morrer. É claro que as vacinas reduzem o risco consideravelmente, mas nessas horas o racional fica de lado e o emocional domina. Então vamos pensar antes de falar qualquer coisa e, se possível, incentivar o outro a procurar ajuda psicológica para atravessar esse momento com mais tranquilidade.
Onde procurar ajuda profissional?

Já conhece os Centros de Atenção Psicossocial? Segundo o Ministério da Saúde, os CAPS foram criados para ressocialização de usuários do sistema de saúde mental -, hospitais públicos e hospitais conveniados ao SUS.
Você pode consultar aqui se existem unidades na sua cidade e procurar atendimento gratuito com uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros especialistas.
Caso você tenha plano de saúde, procure um Psiquiatra ou veja se a operadora oferece acompanhamento psicológico mediante encaminhamento médico. Normalmente, o número de sessões é limitado, mas já é um bom começo.
No particular, as possibilidades são maiores. Hoje há diversas plataformas de terapia online com preços acessíveis, como é o caso da Psicologia Viva, Vittude, Zenklub, Fala Freud e muitas outras. Você faz todo o agendamento pelo site, paga com cartão de crédito e entra para a sessão no dia agendado. Normalmente, a duração é de 50 minutos.
Neste post aqui, a jornalista Marcela Machado explica como funciona a terapia online do Zenklub, a maior startup de saúde emocional e desenvolvimento pessoal do Brasil. Ela também conta, em detalhes, como foi a sua experiência na plataforma, desde o agendamento até a sessão. Recomendo muitíssimo para quem ainda desconfia da terapia online ou não sabe muito bem como funciona.
Agora me despeço desejando um ótimo fim de ano para todos. Que 2022 nos surpreenda!