Os perigos do Zolpidem

2 de setembro de 2022 0 Por curacionemocional
zolpidem

Falar de Zolpidem está na moda nas redes sociais. Várias pessoas no Twitter relatando suas experiências alucinógenas com o medicamento, indicado para o tratamento da insônia em curto prazo, ou seja, para aquelas pessoas que têm
dificuldade em adormecer ou permanecer adormecidas.

Muitos relatos vem num tom de brincadeira e entretenimento, como se a intenção fosse o engajamento e não o alerta. Acho tudo isso perigoso, ainda mais quando o post viraliza, como foi o caso do jovem que comprou dois pacotes de viagem da CVC, no valor de R$ 9 mil, durante uma alucinação desencadeada pelo Zolpidem.

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Pode parecer engraçado, mas a situação perde a graça se pensarmos que as consequências poderiam ter sido piores. Ter alucinações não é engraçado, nem divertido. É um efeito colateral e, se aparecer, o tratamento deve ser interrompido, conforme orientação da bula do medicamento.

Esse tipo de informação deveria ser obrigatória em qualquer tipo de relato sobre o Zolpidem na internet, principalmente para o público jovem. Tomar remédio para dormir não pode ser normalizado, porque a insônia é um distúrbio e não um problema normal. O Zolpidem, indicado sob prescrição médica, não pode ser reduzido a um post de 150 caracteres no Twitter, pois quando você faz isso, você está ignorando os riscos.

E quais os riscos do Zolpidem?

De acordo com a bula, o uso prolongado do Zolpidem não é recomendado pelo risco de dependência e tolerância. Por isso, a duração do tratamento deve ser a menor possível, e assim como com todos os hipnóticos, não deve ultrapassar quatro semanas.

Em relação aos efeitos colaterais, os mais comuns são sonolência, dor de cabeça, tontura, amnésia, diarreia, náusea, dor abdominal, vômito, dor nas costas e fadiga. A bula ainda destaca que o medicamento não deve ser usado por pessoas que já apresentaram sonambulismo ou outros comportamentos incomuns enquanto não está totalmente acordado, como dormir enquanto dirige, se alimentar, fazer uma ligação etc.

É recomendada apenas uma dose por noite, sem exceder 10mg. No bulário eletrônico da Anvisa você encontra essas e outras orientações importantes.

Como o medicamento age?

O medicamento contém em sua fórmula uma substância chamada zolpidem, que age sobre os centros do sono que estão localizados no cérebro. Sua ação começa 30 minutos após a ingestão do remédio, encurtando o tempo
de indução ao sono (tempo em que você demora para dormir), reduzindo o número de despertares
noturnos e aumentando a duração total do sono, melhorando sua qualidade.

Quem não pode tomar?

O Zolpidem não pode ser usado por pacientes com:

a) hipersensibilidade (alergia ou intolerância) ao zolpidem ou a qualquer outro componente da fórmula.

b) insuficiência respiratória severa e/ou aguda (dificuldade respiratória)

c) insuficiência do fígado severa (redução da função do fígado)

d) comportamento complexo de sono após tomar este medicamento.

O medicamento também é contraindicado na faixa etária pediátrica e no período de amamentação. Também não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Além disso, pacientes com histórico de alcoolismo ou dependência a drogas devem tomar extremo cuidado.

Precauções

A bula ainda orienta que a causa primária da insônia seja identificada sempre que possível e os fatores causais sejam tratados antes da prescrição do medicamento. Para mim, de tudo o que falamos até aqui, isso é o importante: tratar a raiz do problema, seja ansiedade, depressão ou outra doença por trás da insônia.

Para um diagnóstico adequado, procure um psicólogo ou um psiquiatra – atualmente, diversas plataformas online oferecem sessões a preços acessíveis, como o Zenklub, Psicologia Viva, Fala Freud etc. Faça uma consulta e não tome nenhum medicamento sem orientação médica. E sempre leia a bula (vou deixar novamente a bula do Zolpidem aqui).