A vida que eu queria ter

A vida que eu queria ter

16 de janeiro de 2020 1 Por curacionemocional

Eu não sei você aí do outro lado, mas eu gostaria de ter outra vida. Sei que pode soar frustante demais, mas é isso que estou sentindo. Eu sinto que essa vida não me pertence. Eu sinto que as pessoas não encaixam. Eu sinto que eu não faço parte. Eu sinto que a insatisfação será eterna. Eu sinto que se eu morrer amanhã vou lamentar não ter vivido a outra vida.

“Ah, mas como você ousa falar isso? Você tem tudo. Você tem um lar, um emprego, um marido, uma família. Todos bem, com saúde, protegidos da chuva e do frio”. Eu sei que é isso o que muitos amigos pensam quando me ouvem fazendo alguma queixa. Eu sei que eles não vivem a minha vida, então não tem como saber se eu tenho tudo ou não. Eles não podem, portanto, falar sobre o que não sabem. Só eu sei. E não consigo explicar de onde vem essa insatisfação toda. Essa vontade de ser a mesma pessoa de antes, cheia de energia e de vida. Espirituosa, engraçada, às vezes sem noção.

Hoje eu me arrasto, eu acordo todos os dias dizendo a mesma coisa: Deus, me dê força. É inconsciente. Eu levanto assim todos os dias. E ando odiando as sextas-feiras porque as pessoas estão mais bem-humoradas no trabalho e isso me incomoda, porque eu só quero me concentrar, produzir e ir embora. Eu não quero parar para rir, ouvir um caso ou participar de dinâmicas em grupo. Odeio dinâmicas, já disse?

Eu não sei até que ponto os meus sentimentos e emoções são normais ou sintomas de uma doença. Eu sei que eles existem e já faz um tempo. Eu me sinto sem energia, com a cabeça cheia, querendo esvaziar. Sinto vontade de ficar na minha zona de conforto quietinha fazendo apenas o necessário, nada além. Tenho medo de assumir novos desafios. Medo de não dar conta. Medo de me perder, mas acho que já me perdi. Preciso me resgatar.

Não me reconheço mais. Os altos e baixos estão presentes com mais intensidade. Sei que todo mundo tem suas fases ruins, mas as minhas andam persistentes. Elas não passam. Eu não posso dizer que estou em uma fase maravilhosa. Tenho sim um emprego, uma boa casa, um salário, um marido…mas não estou em uma fase maravilhosa. O incômodo está aqui comigo. É como se Deus estivesse o tempo todo me cutucando, querendo dizer alguma coisa que eu ainda não sei o que. Eu não sei explicar. Sinto até culpa por me sentir assim. Ansiedade também. Sem contar que as pessoas à minha volta percebem a energia fraca, o mau humor, os suspiros. Eu não engano ninguém.

Eu só quero chegar em um dia em que vou parar e dizer: é isso. estou onde eu gostaria de estar. Não estou feliz o tempo inteiro, mas estou em paz comigo e me sinto livre. Livre nas minhas escolhas, decisões, palavras, gestos, opiniões. Não sou mais minha própria prisioneira. Eu não tenho medo da opinião alheia também. Eu não tento agradar todo mundo. Eu já passei dessa fase. Eu não preciso de elogios para achar que eu tenho valor. Também não preciso ficar remoendo nada, porque eu sei expressar meus sentimentos e emoções assim que elas acontecem.

Vai chegar esse dia. Vai chegar. Enquanto isso, lá vou eu para a terapia. Minha primeira sessão hoje, mas parece que não botei nada para fora. rsrsrs À propósito, eu estou fazendo online e achando esse formato bem interessante. Faço no Zenklub, quem quiser saber mais, essa resenha aqui explica.

Ya.