Pressão x emocional: a briga no BBB

Nesta semana começou mais uma edição do Big Brother Brasil. Na primeira semana, já deu pra perceber que o jogo não é assim tão fácil como muitos pensam. Sempre tem algum participante que entra todo cheio de si, achando que vai tirar de letra e depois se vê completamente perdido. Dessa vez começou cedo!
A Nayara Azevedo, cantora sertaneja do Camarote, teve uma crise de ansiedade no sábado e precisou de atendimento médico. Ela também comentou que não estava conseguindo dormir na casa desde o primeiro dia. No domingo, dia de votação, ela foi direto para o Paredão, indicada pelo líder.
Parece que ela não esperava a indicação – ainda mais alguém famoso indicando outro alguém famoso. Deu pra ver a cara de surpresa dela, mas pensei que ia processar e seguir em frente.
Mas não foi isso o que aconteceu.
Depois que o programa terminou, a Nayara levantou, pediu a palavra para os outros participantes e começou um discurso em tom de despedida. Começou uma autoanálise em voz alta que ninguém entendeu direito. Todos ficaram parados, olhando, tentando entender. Ao fim do discurso, ela começou a se despedir de todo mundo, como se fosse apertar o botão da desistência em seguida.
Algumas pessoas não esboçaram reação, outras foram tentar encorajá-la ou tentá-la convencer a ficar. Por fim, ela desistiu de sair do programa e pediu perdão aos telespectadores no dia seguinte.
O que isso nos mostra? Para mim, mostrou a falta de controle emocional não só da Nayara, mas dos outros participantes também. Diante da primeira pressão do confinamento, eles mostraram que não estão preparados para aquilo. A maioria falando que gostava de todo mundo e não tinha em quem votar, que todos se dão bem, que num sei o que…Um medo danado de se posicionar, de escolher, de decidir. Chegaram no confessionário pra votar com apenas uma opção de voto, em vez de levar uma listinha inteira, com os nomes e as ordens de prioridade.
Uma dificuldade imensa de aceitar o voto, de digerir a rejeição, de seguir em frente e não se apegar às primeiras impressões. Alguns dizendo que não sabem jogar, que estão ali com o coração, que não conseguem ter estratégia. Mas gente, aquilo é um jogo. E você precisa de um emocional forte para jogar. Porque senão você cai na primeira rasteira. Você dá as costas e vai embora na primeira dificuldade.
Igual a gente faz na vida mesmo. Quando as coisas apertam, não é mais fácil ir embora? Não é mais fácil agir por impulso e querer fugir dali? É o que a gente quer fazer, mas só um emocional forte faz você parar, respirar e dizer: amanhã é outro dia. É acreditar que as coisas mudam de uma hora pra outra. Que nada é permanente. Que dá pra virar o jogo. Nada está perdido. Nada está definido. Tem que confiar. Acreditar no caminho que você está traçando. Não se achar a pior pessoa. Se fortalecer e dar o seu melhor. Serve para o BBB e serve para a vida.